Ao longo de muitos anos, acompanho o trabalho importantíssimo
desenvolvido pelos técnicos da Fiocruz, sendo inclusive, os responsáveis por
dar suporte de qualidade ao Ministério da Saúde e municípios brasileiros.
A missão da FIOCRUZ é disseminar
e compartilhar conhecimentos e tecnologias voltados para o fortalecimento e a
consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que contribuam para a promoção
da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, para a redução das
desigualdades sociais e para a dinâmica nacional de inovação, tendo a defesa do
direito à saúde e da cidadania ampla como valores centrais. (Aprovada no VI
Congresso Interno).
Agora com lançamento da nota técnica abaixo, da CESTEH/ENSP/Fiocruz,
em minha opinião, a FIOCRUZ se superou, adentrando numa seara que em meu ver
vai fazer a diferença.
Para alguns blogueiros e sindicalistas que após lerem a NT focaram
apenas na “SUSPENSÃO DE VISITAS”, como se toda categoria estivesse querendo
deixar de trabalhar e ter vida boa.
Prefiro oportunamente aprofundar minha opinião com base nessa
rica e valiosa NOTA TÉCNICA, porque sei o peso que ela tem. Sei também, que
muitos não passam do título matéria e, se lerem a postagem completa a depender
do conteúdo podem não abrir a NT, onde estão dados da mais elevada importância para
a categoria.
Na nota técnica, a maior intenção dos autores era abordar os
efeitos da pandemia por COVID-19 para aos profissionais essenciais como os Agentes
de Combate às Endemias-ACE que estão expostos na labuta. Porém a FIOCRUZ foi
além. Deixou muito claro que os ACE compõe
uma categoria altamente exposta, que há anos sofrem exposição a diversos tipos
de agrotóxicos, inclusive os banidos em outros países ou restritos por acordos
internacionais multilaterais.
Externou com precisão dados que nós sindicalistas sabemos de
perto, mas que a partir dessa nota, o povo em geral verá uma das maiores autoridades
em saúde pública desse País afirmar o que acontece nos bastidores. Ainda tem pessoas ignorantes Brasil a fora,
que dizem que os agentes não são essências no combate ao CORONAVÍRUS.
Outra coisa que me chamou a atenção na NT, foi afirmação sobre as péssimas condições de trabalhos da
categoria, exposição a altas doses de produtos químicos nocivos à saúde, a
falta de treinamento, a não utilização de EPI’s adequados, falta de exames
toxicológicos apropriados, exames periódicos para avaliação de saúde e o
descaso de seus superiores levou ao adoecimento e mortes de muitos trabalhadores.
A NT trás dado alarmante e que merecem toda a atenção das
autoridades, sobretudo dos órgãos de saúde do trabalhador. Foi exposto o resultado de um estudo que avaliou
declarações de óbitos fornecidos pelos familiares dos agentes de combate às endemias/guardas
de endemias falecidos. Essa parte da NT prefiro deixar para cada um ler e se surpreender.
Por fim, quero tratar de uma das coisas relevantes, mas que para
muitos era o PRINCIPAL, diante de tantas coisas importantes contidas na NT. A
Fiocruz afirma ser impossível assegurar EPI’s adequados que impeçam a
transmissão do SARS-Cov-2, bem como o próprio EPI já existente e não é suficiente
para proteger os ACE, devido à exposição do processo de trabalho.
Afirma, ainda, que tal exposição pode levar a quadros graves
de COVID-19, por essas razões a FIOCRUZ e o CESTEH/ENSP/Fiocruz desaconselharam
à realização de visitas domiciliares dos ACE e recomendaram o distanciamento
social para proteger população e agentes.
Inquestionavelmente diante da opinião de uma das maiores
autoridades do País, como é a FIOCRUZ, vamos nos preparar para dois reflexos
dessa nota técnica. O primeiro político, que pode acarretar em ataques a FIOCRUZ,
sobre o porquê da Nota Técnica não ter saído antes da mudança de Ministro. O segundo, os gestores continuarem fazendo
vista grossa e ignorar essa realidade crítica da categoria agravada com a Pandemia.
Sabendo de todas as problemáticas enfrentadas pelos ACE e
ACS, ciente que quando um estudo visa trazer o bem aos trabalhadores ele é
ignorado pelos gestores, há mais de duas semanas o SINDAS/RN fez um
investimento, contratou um excelente engenheiro de segurança do trabalho e com
laudo técnico entraremos na justiça.
Dentre os pedidos estão questões relacionadas aos E.P.I (definir
os E.P.Is apropriados), compelir os
gestores a não cobrar trabalho sem os E.P.Is adequados, discussão sobre o
afastamento dos agentes que compõem grupo
de risco e 40% de insalubridade.
Será uma ação judicial coletiva contra todos os municípios
potiguares, que visa proteger e garantir direitos aos associados e não
associados, mas que também visa respaldar os Gestores a afastar os agentes legalmente.
SINDAS/RN trabalhando muito por
muitos!
Cosmo Mariz- Presidente do SINDAS/RN
(84)98786-4195/ 99670-5345