Conselho: Impasse em
reunião deve travar pauta da Câmara
25 de novembro de 2013
| 23h 13
TÂNIA
MONTEIRO, RAFAEL MORAES MOURA, RICARDO DELLA COLETTA E EDUARDO BRESCIANI -
Agência Estado
A
falta de acordo na reunião da presidente Dilma Rousseff com o Conselho Político
nesta segunda-feira, 25, deve deixar a pauta da Câmara dos Deputados trancada
por ao menos mais uma semana e evitar a votação de matérias que preocupam o
Palácio do Planalto com aumento de gastos. Entre as propostas que o governo
quer escantear está o piso nacional dos agentes comunitários de saúde, uma das
prioridades do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN).
Os
líderes chegaram a promover uma votação para decidir se era possível avançar
nas matérias que estão trancando a pauta, como o marco civil da internet. O
resultado mostrou a divisão da base. Seis partidos (PMDB, PTB, PP, PDT, PROS,
PSC) defenderam que se busque solução para aprovar essas propostas nas próximas
três semanas de trabalho, enquanto outros cinco (PT, PR, PC do B, PRB e o do
governo) preferiram deixar os temas para o próximo ano. Sem nenhum tipo de
acordo em duas horas e meia de discussão, e diante do impasse, Dilma encerrou a
reunião batucando e cantarolando: "se não se consegue um acordo, deixe a
vida me levar, vida leva eu".
Interessa
ao governo permitir a votação do menor número de matérias possíveis até o final
do ano, preferencialmente apenas as três que estão trancando a pauta na Câmara
e barrando, dessa forma, uma pauta tida como uma "bomba fiscal".
Estão trancando a pauta o marco civil da internet, o projeto que destina os 10%
da multa rescisória do FGTS ao Minha Casa Minha Vida, além de uma proposta que
trata do porte de arma para os agentes prisionais.
Apesar
da falta de acordo, ao governo interessa manter a pauta trancada e evitar a
votação de projetos que impliquem em aumento de gastos. Segundo um dos líderes
presentes, o ideal seria votar nas próximas semanas apenas as matérias que
estão trancando a pauta: além do marco civil, uma proposta que destina os 10%
da multa rescisória do FGTS e outra que trata do porte de arma para os agentes
prisionais. Para a própria presidente Dilma, "é preferível" que as
votações só sejam realizadas quando houver consenso entre os partidos.