24 março 2011

2 HORÁRIOS RONDA OS ACE DE NATAL

Moradores de uma rua do bairro de Mãe Luíza, em Natal, estão passando por dias difíceis. A dengue fez várias vítimas. O que levanta a suspeita sobre a existência de focos do mosquito Aedes Egypt. Confira na reportagem de Jorge Talmon e imagens de Jansen Júnior

Bem vindos a rua Antônio Félix, em Mãe Luíza. Mas cuidado. Apenas passar por aqui já pode representar um risco. É que são tantos os casos de dengue que os moradores estão preocupados. A doença deixa as pessoas muito debilitadas.

- Febre, frio, muita dor de cabeça, o corpo todo doído, não comia nada, não me levantava da cama – relata a aposentada,Joana Darc Souza.

- Já tive pior porque já faz cinco dias hoje. Fui para o hospital e tomei cinco litros de soro, foi o que me recuperou mais, conta Marlene Bezerra.

Observe que Marlene e Joana são vizinhas. Uma contraiu dengue depois da outra. Joana já está melhor, mas dona Marlene ainda se recupera. Elas acham que por terem adoecido num intervalo tão curto, isso provavelmente indica a existência de focos do mosquito Aedes Egypt por perto.

- Por que aqui está demais o sistema de dengue - reclama Dona Joana

-Deve ser alguma caixa d'água que está com foco de dengue – ressalta Marlene.

Nesta outra casa, a doente é dona maria de Lurdes. Ela está mal há cinco dias.

- Eu sentia muito febre, muita dor de cabeça, muita dor nas costas, vomitando. Fui para o hospital tomar quatro litros de soro – diz dona Maria de Lurdes Silva.
Até o fim de fevereiro foram 551 casos na capital. Contra 148 nas oito primeiras semanas de 2010.
Com base nesses números, o Ministério Público entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o secretário de saúde de Natal. O objetivo é fazer cumprir uma recomendação:o aumento da carga horária.
Dos agentes de saúde que percorrem as casas. Hoje eles trabalham seis horas. O ministério público, diante do risco de epidemia, pede que sejam oito.

Segundo o secretário, existem dificuldades práticas para fazer a categoria trabalhar mais.

- Nós dialogamos com a categoria,chegamos há alguns acordos, pautamos no documento, e a categoria alega que para haver o aumento de carga horária, deveria também ter um incremento salarial, como a obtenção de uma gratificação. Eles já recebem por oito horas, e conforme alega o Ministério Público na ação, a categoria recebe por oito horas. Exatamente por isso nós estamos buscando um diálogo para haver a migração - explica Tiago Trindade, secretário de saúde de Natal.

- Realmente a lei municipal que efetivou a categoria, estabelece a carga horária de 40 horas, mas o motivo da categoria estar trabalhando o horário corrido, não é apenas um acordo feito com o secretário atual, Tiago Trindade. Essa carga horária já vem sendo dada há mais de oito anos, e todos os reajustes que a categoria teve foi considerando o horário de seis horas corridas – esclarece Cosmo Mariz, diretor do sindicato dos agentes de endemias.
CONFIRA O VÍDEO NO LINK BAIXO

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