Apesar
da falta de consenso, a votação do piso nacional para os agentes comunitários
de saúde (Projeto de Lei 7495/06) é uma das prioridades da Câmara dos Deputados
para 2014. O assunto poderá voltar à pauta do Plenário em março, segundo
previsão feita no ano passado pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves.
Hoje,
a categoria recebe uma parte dos R$ 950 repassados aos municípios pelo governo
federal. Um texto aprovado pela comissão especial que analisou o projeto prevê
um aumento progressivo do piso, até chegar a dois salários mínimos em 2015.
A
agente comunitária de saúde Ruth Brilhante de Souza afirma que, em alguns
municípios, o valor repassado ao agente é inferior a um salário mínimo.
"Não temos definição do salário do agente comunitário de saúde. Cada
município paga o que define. Se o governo manda R$ 950, o município faz sua
parte burocrática e define o que vai para os agentes comunitários de saúde, o
que, às vezes, não chega a um salário mínimo."
Impasse
No
último mês de outubro, um embate sobre o piso dos agentes de saúde durou cerca
de quatro horas no Plenário, e a proposta não foi votada. O governo queria
adiar a votação do projeto e tentar elaborar um texto de consenso, mas alguns
partidos da base e da oposição insistiam em votar o projeto.
A
presidente da República, Dilma Rousseff, se diz preocupada com o aumento do
piso, que, segundo ela, está em desacordo com o que o governo pode custear. O
líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), já chegou a
declarar que o projeto será vetado pela presidente caso seja aprovado como
está, ou seja, dois salários mínimos até o ano que vem.
Tentativa
de acordo
Para
o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), ainda há chance de se chegar a um
valor que preserve os interesses tanto do governo quanto da categoria. “Nós
precisamos dialogar com eles que também fazem a saúde pública no Brasil. Não
pode fazer de conta que o problema não existe. Ele existe, é real e nós temos
que buscar uma solução.”
Em
reunião no início de dezembro com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi
Hoffmann, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, negociou o adiamento
da votação do piso nacional dos agentes de saúde para 2014, caso o governo
retirasse a urgência de projetos que trancavam a pauta do Plenário. Segundo
Alves, já há acordo para votação da proposta no próximo mês de março.
Atualmente,
o País conta com mais de 300 mil agentes comunitários de saúde. Eles são
responsáveis pela visita mensal a 65% dos domicílios, o equivalente a 125
milhões de habitantes. Entre as ações desses profissionais estão o
acompanhamento de gestantes, o incentivo ao aleitamento materno, o controle de
doenças como infecção respiratória aguda e a promoção das ações de saneamento e
melhoria do meio ambiente.
Fonte: Câmara
Federal
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