A Universidade de
Haifa, conduziu um estudo preliminar que identificou uma correlação entre o
verão excepcionalmente quente e seco do nordeste do Brasil e o recente surto do
vírus Zika, que levou a inúmeros casos de microcefalia. O estudo foi conduzido pela
Dra. Shlomit Paz, do departamento de Geografia e estudos ambientais da
Universidade de Haifa e pelo professor Jan Semenza do Centro Europeu de
Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). As principais conclusões da pesquisa
provisória contradizem as conclusões apresentadas pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), que declarou estado de emergência na semana passada sobre o surto
do vírus. De acordo com a OMS, o vírus está associado com chuvas pesadas em
partes da América Central e América do Sul como resultado do El Nino, um
fenômeno que envolve um aumento substancial da temperatura da água do Oceano
Pacífico.
A pesquisa preliminar,
liderada pela Universidade de Haifa, no entanto, indica que o fator relevante
associado com o vírus é na verdade a onda das condições excepcionalmente
quentes e secas, que atingiram níveis recordes no segundo semestre de 2015 no
nordeste do Brasil, onde o vírus Zika apareceu primeiro. A pesquisa afirma que
o surto não é atribuível às chuvas, mas pode ser atribuível a outro fator que
envolve a mudança de clima e padrões que afetaram o planeta nas últimas décadas
através do aquecimento global. “É uma pesquisa muito preliminar, mas
encontramos um enlace e sobreposição entre as regiões no nordeste do Brasil com
condições climáticas extremas, como temperaturas extremas de nível de registro
e uma severa queda nos níveis de água,” disse Dra. Paz, ao serviço de imprensa
Tazpit (TPS).
Ela acrescentou que é
bem conhecido que as altas temperaturas incentivam as taxas de crescimento da
população do mosquito Aedes, através do qual o vírus Zika é transmitido. As
condições de seca, no entanto, privam os mosquitos da água que precisam para
sobreviver. Por sua vez, os mosquitos movimentam-se em torno de recipientes de
água deixados a céu aberto por moradores locais. Ela também explicou por que os
resultados da sua investigação abalam aqueles da OMS. “As conclusões da OMS são
um erro. Eles falam sobre um enlace com El Nino e precipitação extrema, etc.
Encontramos, no entanto, que as principais regiões do surto Zika foram
caracterizadas por uma severa queda nos níveis de água.”
Enquanto Paz
reconheceu que os mosquitos são conhecidos por prevalecer sob condições de
chuva intensa, como sugerido pela OMS, ela citou estudos anteriores que
demonstram a correlação entre condições de seca e o risco de um surto de
populações de mosquitos. “As pessoas não sabem, mas colocando água em
recipientes abertos, eles propiciam condições muito confortáveis para os
mosquitos,” ela disse. O vírus Zika é conhecido por pesquisadores há várias
décadas, mas a razão para o repentino surto grave ainda não foi encontrada. “É
muito importante salientar que os motivos são multifatoriais e o clima é apenas
um dos fatores que podem ter um impacto, e isso é muito importante. “Mas não é
o único fator, disse Paz. Ela concluiu que mais investigação levaria períodos
significativos de tempo e que a Universidade de Haifa atualmente continua sua
investigação através da coleta e análise de dados relacionados em uma escala
mais ampla.
Fonte: TPS / Texto:
Alexander J. Apfel / Tradução: Bruno Scala
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