16 fevereiro 2016

ISRAEL TEM NOVAS CONCLUSÕES SOBRE O ZIKA VIRUS

A Universidade de Haifa, conduziu um estudo preliminar que identificou uma correlação entre o verão excepcionalmente quente e seco do nordeste do Brasil e o recente surto do vírus Zika, que levou a inúmeros casos de microcefalia. O estudo foi conduzido pela Dra. Shlomit Paz, do departamento de Geografia e estudos ambientais da Universidade de Haifa e pelo professor Jan Semenza do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC). As principais conclusões da pesquisa provisória contradizem as conclusões apresentadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que declarou estado de emergência na semana passada sobre o surto do vírus. De acordo com a OMS, o vírus está associado com chuvas pesadas em partes da América Central e América do Sul como resultado do El Nino, um fenômeno que envolve um aumento substancial da temperatura da água do Oceano Pacífico.
A pesquisa preliminar, liderada pela Universidade de Haifa, no entanto, indica que o fator relevante associado com o vírus é na verdade a onda das condições excepcionalmente quentes e secas, que atingiram níveis recordes no segundo semestre de 2015 no nordeste do Brasil, onde o vírus Zika apareceu primeiro. A pesquisa afirma que o surto não é atribuível às chuvas, mas pode ser atribuível a outro fator que envolve a mudança de clima e padrões que afetaram o planeta nas últimas décadas através do aquecimento global. “É uma pesquisa muito preliminar, mas encontramos um enlace e sobreposição entre as regiões no nordeste do Brasil com condições climáticas extremas, como temperaturas extremas de nível de registro e uma severa queda nos níveis de água,” disse Dra. Paz, ao serviço de imprensa Tazpit (TPS).
Ela acrescentou que é bem conhecido que as altas temperaturas incentivam as taxas de crescimento da população do mosquito Aedes, através do qual o vírus Zika é transmitido. As condições de seca, no entanto, privam os mosquitos da água que precisam para sobreviver. Por sua vez, os mosquitos movimentam-se em torno de recipientes de água deixados a céu aberto por moradores locais. Ela também explicou por que os resultados da sua investigação abalam aqueles da OMS. “As conclusões da OMS são um erro. Eles falam sobre um enlace com El Nino e precipitação extrema, etc. Encontramos, no entanto, que as principais regiões do surto Zika foram caracterizadas por uma severa queda nos níveis de água.”
Enquanto Paz reconheceu que os mosquitos são conhecidos por prevalecer sob condições de chuva intensa, como sugerido pela OMS, ela citou estudos anteriores que demonstram a correlação entre condições de seca e o risco de um surto de populações de mosquitos. “As pessoas não sabem, mas colocando água em recipientes abertos, eles propiciam condições muito confortáveis para os mosquitos,” ela disse. O vírus Zika é conhecido por pesquisadores há várias décadas, mas a razão para o repentino surto grave ainda não foi encontrada. “É muito importante salientar que os motivos são multifatoriais e o clima é apenas um dos fatores que podem ter um impacto, e isso é muito importante. “Mas não é o único fator, disse Paz. Ela concluiu que mais investigação levaria períodos significativos de tempo e que a Universidade de Haifa atualmente continua sua investigação através da coleta e análise de dados relacionados em uma escala mais ampla.
Fonte: TPS / Texto: Alexander J. Apfel / Tradução: Bruno Scala

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