27 janeiro 2012

SESAP-RN DIVULGA PANORAMA DA DENGUE NO RIO GRANDE DO NORTE E AGENTE DE ENDEMIAS E SECRETÁRIO DO SINDICATO DOS AGENTES, REBATE PONTO A PONTO.

O Mapa de Vulnerabilidade para ocorrência da dengue no Rio Grande do Norte, emitido pelas subcoordenadorias de Vigilância Epidemiológica (Suvige) e Ambiental (Suvam) da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), apresenta um panorama da doença no Estado. Quarenta municípios apresentam risco muito alto para epidemia de dengue em 2012. 

O documento é produzido com base nos critérios da incidência da doença nos últimos dez anos, índice de infestação e densidade populacional, além de apresentar as áreas de risco de epidemia de dengue nos 167 municípios do RN.

Também foi confirmado pelas subcoordenadorias, através do Laboratório Central Dr. Almino Fernandes/LACEN, dois (02) casos de dengue causado pelo sorotipo 4 do vírus (DENV 4), sendo 01 no município de Alexandria e 01 no município de Guamaré. O diagnóstico foi obtido pela técnica de isolamento viral nas culturas de células C6/36 (técnica padrão ouro), processadas no Lacen.

O Programa Estadual de Controle do dengue, diante da confirmação da circulação do sorotipo DENV 4 recomenda aos municípios:

- O bloqueio de casos tem que ser explorado ao máximo pelos municípios com as batidas de foco e utilização de portáteis, pois no momento o Estado não possui autorização legal para cortar a transmissão utilizando UBV pesado (fumacê);

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz:
É vergonhosa essa orientação, pois além da de UBV está interditada por que o Estado não providenciou um local apropriado para lavagem de viaturas e equipamentos, o município não dispõe desses equipamentos portáteis e além do mais, o veneno usado no carro fumacê é mesmo usado nos equipamentos portáteis.

- A necessidade de reforçar que a rede de atenção à saúde esteja atenta para o aparecimento dos primeiros casos, solicitando coleta para sorologia e isolamento viral de todos os casos suspeitos de dengue;

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz:
É muito fácil para o Estado falar em reforçar a rede de atenção básica durante surtos de dengue, quando cotidianamente não oferece condições aos municípios para combater a Dengue. Saibam que existe muita carência, tais como: durante os Levantamentos de índice-LIRAs, os municípios não dispõem sequer de tubos de ensaio suficientes para coleta de larvas e pupas do Aedes Aegypti; não dispõe de veículos apropriados e suficientes para dar suporte aos Programas Municipais de Controle do Dengue; não se fiscaliza a situação funcional irregular dos agentes de endemias em muitos municípios, que já deveriam ter efetivado esses profissionais, de acordo com que prevê a Emenda Constitucional 51/2006; não dispõe de Equipamentos portáteis como o Estado orienta usar, e quando tem estão quebrados por falta de manutenção; o programa Agente Comunitários de Saúde, que é uma ação tripartite de acordo com a portaria 648/2006 do MS, onde o custeio compete a União, aos Estado e Municípios, o Estado do RN não vem colaborando financeiramente como lhe compete. Infelizmente, por questões políticas, nenhuma prefeitura compra essa briga por recursos contra o Estado, preferem ficar com recursos minguados, atrasar salários, não fornecer EPIs (protetor solar, calçados e fardamento) e ficam com veículos sucateados. Com a palavra o TCE-RN, que deve procurar saber para onde está indo a contrapartida que compete do Estado do RN.

- As vigilâncias epidemiológica e ambiental devem permanecer em alerta no sentido de tomar todas as medidas necessárias, tendo em vista a magnitude da doenç;

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz:
Essa orientação não deve ocorrer só em períodos de risco ou de epidemia declarada, devem ocorrer antes, para se evitar os surtos, pois é obrigação do Estado e dos municípios, manterem-se vigilantes 24h, garantido a população, o que reza a nossa Carta Maior em seu Art. 196. Se mensalmente o Estado e municípios recebem recursos Federais para o combate a dengue, por que falar em alerta agora se era para ser dever de casa? Só por que o MS repassou recursos adicionais e o Estado e municípios precisa justificar seu uso de qualquer jeito?. Ficam no ar essas duas perguntas.

- As secretarias municipais de saúde devem intensificar o sistema de notificação de casos suspeitos em toda a rede de serviços de saúde e inserir imediatamente estes dados no SINAN para que a Secretaria Estadual de Saúde e o Ministério da Saúde possam monitorar todos os casos suspeitos;

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz:
Esse trabalho já é feito, pelo menos quando os municípios dispõe de computadores conectados a internet, o que é o caso de Natal, pois os servidores do CCZ precisam usar seus modens portáteis se quiserem enviar algum e-mail. As notificações são impotentes, mas para coleta desses dados é necessário material humano, motos, carros e uma impecável articulação com Hospitais Públicos e privados, clinicas, postos de saúde e distritos sanitários.

- Investigação de campo para a determinação da amplitude da circulação do DENV-4 na área de ocorrência do caso, com visitas casa a casa pelos agentes de endemias e agente comunitário de saúde para identificação de novos casos suspeitos;

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz:
No meu ponto de vista, essa identificação se torna impossível devido à metodologia de visitas adotada em Natal e vários municípios potiguares, pois não existe zoneamento fixo de micro áreas por agente de endemias, ou seja, um agente responsável permanentemente por 800 à 1000 domicílios. Existindo o zoneamento, o agente adquire o respeito e a identidade com as comunidades, passa a identificar as vulnerabilidades de suas zonas fixas e se integra com a unidade de saúde e agentes comunitários que atende sua zona. Só com essa proximidade e troca de informações, se alcançará o almejado nesse quesito.  Além de todos esses complicadores, se um caso positivo for identificado, comprovada a necessidade de intervenção do fumacê portátil ou do carro fumacê, em Natal e interior, não se poderia fazer um bloqueio nas imediações dos casos positivos, por que a Central dos carros fumacês está interditada pela SEMURB, por problemas com meio ambiente. Já os equipamentos portáteis que a Prefeitura de Natal utiliza nesses casos, também estão impossibilitados de serem usados em virtude dos insumos partirem da Central.
 
- Intensificar atividades de educação em saúde e mobilização social;

Ponto de vista do agente Cosmo Mariz: Ao invés de intensificar atividades em educação e mobilizar a população mais intensamente, só em períodos de risco de epidemia, o Estado e municípios, deveriam se preocupar com a manutenção da limpeza pública, com desprecarização de moradias, com saneamento básico, com legislações mais rígidas aos que colaboram com a proliferação da dengue. Deve haver preocupação com o “PREVENIR E NÃO COM O COMBATE A INFESTAÇÃO”.

Infelizmente no nosso País, a Dengue virou um negócio lucrativo e, por isso, vai epidemia e volta epidemia. O Brasil já erradicou o Aedes Aegypti, por que ele voltou e não se fala mais em erradicar e sim em controle?. O negócio é lucrativo mesmo, por que os prefeitos(as) empregam precariamente seus eleitores e o Ministério Público só observa; vira festa as dispensas licitações, o que é um prato cheio para todo “bom gestor”; recursos federais aparecem do nada e nunca são utilizados no que realmente deveriam ser; quando tem gente morrendo além da mídia ter muito o que fazer, muitos usam a situação para se promoverem e anunciam “ estamos fora do risco de dengue, acabamos com a epidemia”, esquecendo que o certo era não deixar ter epidemia se o dever de casa tivesse sido feito; muitos empresários lucram com suas vendas, pois apareceram larvicidas com sabugo de milho, com seu uso atestado pelo Ministério da Saúde; exames médicos que eram obrigatórios pelo fabricante, de uma hora para outra são abolidos para os agentes de endemias que diariamente se afastam por envenenamento e/ou outros problemas de saúde. Há todo um jogo de interesses, seja dos gestores, dos que vendem os produtos com dispensa de licitação, dos técnicos e intermediadores que emitem pareceres atestando que o agente de endemias que trabalha diariamente com veneno de classe toxicológica IV é que usado na agricultura, não precisam de exames médicos periódicos. É de fato um grande sistema, sistema esse, que tem como mentor, articulador e cérebro, um rapazinho chamado Aedes Aegypti, que é o culpado de tudo.

DENGUE - A dengue é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que possui quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). É transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado. Ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.

Ponto de vista final do agente Cosmo Mariz:
Por fim caros leitores, a Dengue no Brasil não é só um problema de saúde publica, é sem dúvida, um problema de falta de respeito e vergonha na cara daqueles que deveriam nos proporcionar saúde e não correr para nos salvar da morte.  

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