Dias atrás, em uma aula do mestrado, meu professor perguntou se os problemas sociais apontados eram culpa do sistema atual ou não; e se deveríamos lutar por um sistema socialista. A partir disso surgiu uma discussão acalorada na sala de aula.
Sinceramente, acredito que o sistema adotado, capitalista ou socialista, não determina a sociedade em que vivemos, com problemas sociais dos mais diversos tipos. Se tivesse que formular uma resposta, diria que o problema está no próprio ser-humano, no homem, o qual na luta desenfreada por poder e status passa por cima de padrões éticos e morais para alcançar seu objetivo.
O poder é inerente a qualquer sociedade de animais, e com os homens não é diferente; sempre haverá quem governa e quem é governado. A questão é como aqueles que têm a incumbência de gerir a sociedade o farão, se com padrões éticos ou não. E a ética não é algo que se encontra em “sistemas políticos”, mas sim em cada sociedade.
Será que a população brasileira quer realmente que os “fichas sujas” não sejam eleitos? Se querem tanto, por que precisam de uma lei para proibir a sua candidatura? Os políticos são um espelho do que encontramos nas ruas. A corrupção começa nas menores coisas, como pagar para o guarda de trânsito não lhe multar; não devolver um troco dado a mais e coisas desse tipo. Uma significativa parcela do povo não está revoltado com os políticos corruptos; estão revoltados porque não podem fazer a mesma coisa, pois se estivessem ocupando os cargos daqueles o resultado seria o mesmo.
Infelizmente, o problema do Brasil é o brasileiro, a maneira como nos achamos espertos em conseguir as coisas do nosso “jeitinho”.
Precisamos de educação, não apenas de uma educação intelectual, mas sim ética e moral e de cidadania. A índole do cidadão não é medida pelo seu conhecimento, mas por seus valores, que até podem ser aprendidos nas escolas, contudo o principal vem de casa, da família.
Precisamos de educação, não apenas de uma educação intelectual, mas sim ética e moral e de cidadania. A índole do cidadão não é medida pelo seu conhecimento, mas por seus valores, que até podem ser aprendidos nas escolas, contudo o principal vem de casa, da família.
Se lermos o livro 1808 veremos que os valores ainda são os mesmos daquela época, a “cabeça” ainda é a mesma, mudamos apenas de cenário e de tempo. Lembrem que tinha um dia da semana em que a população fazia fila para beijar as mãos “sujas” de comida de D. João. Me digam: hoje isso mudou? Não. É só ver como grande parte da população gosta de bajular a classe política no intento de se beneficiar de alguma forma. Quantas pessoas em Natal não sobrevivem de cargos comissionados, e para isso passam a vida fazendo todas as vontades de seu “Rei”.
Enquanto tivermos esse paradigma, não nos revoltarmos com o que está acontecendo nos meios políticos e cobrarmos efetivamente destes honestidade e probidade administrativa, eles continuarão assim, pois sabem que têm a benção social, que a memória da sociedade é fraca e que a impunidade impera nas terras desse Brasil varonil.
Ricardo Duate
Ricardo Duate
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