No final do ano passado, diante da falta
de fardamento e todos os materiais de trabalho, o SINDAS orientou os agentes de
endemias de Natal a paralisar as atividades por completo, com intuito de fazer pressão
para Prefeitura providenciar o material e o fardamento.
Muitos
agentes, sem protetor há mais de 6 meses, sem material de trabalho e sem
fardamento, continuaram trabalhando normalmente. Num universo de 450 agentes
apenas 80 estavam paralisados, ignorando as nossas orientações.
Como vimos que o problema iria
continuar, caímos em campo para convencer a categoria a parar. Em diversas
turmas tivemos que brigar para que os agentes parassem. Muitos nos disseram que
não iriam parar porque teriam que cumprir expediente, já que no campo dava para
fazer seu próprio horário. Diante das justificativas absurdas para não pararem,
tivemos que elaborar um documento para todos assinarem informando os motivos de
não irem a campo. Depois de paralisarem surgiram várias reclamais tais como: O
supervisor fica no pé pra cumprir expediente, porque não deixa a gente ficar trabalhando
até 13h e etc.
No final de 2012, a Gerente do CCZ
determinou que os agentes fossem a campo para fazerem o trabalho de educação em
saúde, para não ficarem sem fazer nada nos PA’s. O Trabalho que a Gerente
queria que fosse feito estava dentro das atribuições dos agentes, mas tomamos a
frente e orientamos que os agentes não fossem a campo, porque não existia
nenhuma condição, faltava tudo, principalmente o EPI( Botas e Protetores).
Semana
passada o Diretor do CCZ determinou que os agentes retornassem ao campo para
realizar algumas atividades que estão dentro das atribuições dos ACE’s. A orientação
do Dir. do CCZ é de que os agentes comecem a pegar o ritmo de visitas
domiciliares, tudo dentro das condições que forem oferecidas. Quem não tem
bolsa vai orientar a população, mas não vai fazer eliminações e nem tratamento
porque também não tem inseticida. Quem não tem bota não entra em terrenos
baldios e nem faz eliminações se assim dispor dos demais matarias. Que não tem
protetor solar não vai a campo porque este último é EPI obrigatório e por vai.
Revoltados, muitos agentes cobraram do SINDAS a mesma postura contrária adotada
em dezembro, o que não foi feito, explico por que:
1º-
Agora em 2012 os agentes dispõem de protetores solar e labial, tênis, botas e duas
camisetas, mesmo que estas não sejam fardas definitivas;
2º-
Na audiência ocorrida no Ministério Público do Trabalho dia 20/11/2012, a
Prefeitura questionou se poderia descontar dos salários os dias parados, mas o
Procurador disse que não, pois não se deu condições mínimas para os agentes
trabalharem. Essas condições mínimas foram dadas agora. Devemos esperar o pior
é assim que funciona?
3º-
O Procurador deixou claro também que fossem fornecidos os Equipamentos de
Proteção Individual e as condições mínimas de, o Município deveria adotar
medidas administrativas contra a recusa de voltar ao trabalho, nos casos em que
a recusa não seja por motivo razoável. Fez questão de constar em Ata que a
falta da calça não é um motivo razoável. Disse mais, os casos de recusa o
SINDICATO encaminhe para o CCZ e se for parar no judiciário o sindicato defenda
seus associados. Estaríamos correndo um risco, pois se uma querela dessas for
parar no judiciário vocês acham que ele dará razão a quem? Se o papel do MP é
defender o interesse da população.
Diante de todos os riscos que envolvem a
situação, adotamos uma postura que visa proteger a categoria. Uma postura
coerente, sem deixarmo-nos levar pela emoção da minoria que não parou pra
pensar.
Muitos cobraram a realização de assembleia;
que o SINDAS fosse contra o retorno ao campo e que orientássemos a categoria a continuar
cumprindo expediente, mas não é necessário. Todos são adultos e devem ter
maturidade para pesar e medir os riscos que envolvem a questão.
O retorno ao campo é pra fazer o mínimo
que as condições possibilitam. Não é um bicho de sete cabeças, pois os agentes
não trabalham por produção, trabalham por carga horária. Cumpriu a carga
horária vai embora e no fim do mês os vencimentos estarão na conta.
Muitos
criticaram a decisão do Diretor do CCZ, mas saibam que tal decisão salvou a
categoria do pior. Passou pela cabeça de alguém que o Prefeito e o Ministério
Público iriam aceitar essa situação continuar? Sabendo que foram fornecidos os
EPI (protetor e bota), tênis e duas camisetas, ou seja, as condições mínimas exigidas
pelo Ministério Público.
“Trabalhamos
por carga horária, não trabalhamos por metas, nem pela qualidade do serviço que
não nos dão condições de fazer. Todos estão recebendo seus vencimentos em dia,
produtividade, 4 passagens por dia (efetivos) e R$ 220,00 de auxílio
alimentação. É cumprir a carga horária e assinar o ponto”.
Não adianta reclamar
que o serviço não presta e nem que as visitas de educação em saúde funcionam,
pois é assim que o sistema quer, assim será feito, pois não queremos ver ninguém
penalizado.
Preferimos orientar corretamente e ver uma parcela da categoria insatisfeita conosco, mesmo sem razão, do que vermos uma categoria inteira sendo prejudicada por precipitação.
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