09 julho 2011

Paulinho Freire desconhece negociações e acusa agentes de endemias de banalizarem o direito de greve

Agentes com três meses de salários atrasados não sentem segurança no compromisso da prefeitura. 

De pára-quedas o vice Paulinho Freire pousa na giroflex do Palácio Felipe Camarão e de cara abraça, de herança, a greve dos agentes de endemias de Natal. Com pouco ou nenhum conhecimento do que foi negociado entre PMN e SINDAS/RN, anterior ao seu pouso errante, o agora Prefeito já faz o seu primeiro gol contra. Em Nota, Paulinho diz que agentes banalizaram o direito de greve.

O prefeito em exercício, Paulinho Freire, antes de divulgar a Nota, certamente não se inteirou do curso das negociações e das pendências da Prefeitura junto a categoria.
Em assembléia os agentes de endemias decidiram pela greve em razão de mais uma quebra de acordo, firmado em mesa de negociação com a Prefeitura, onde garantia o pagamento do auxílio alimentação até o fim de junho. ”Isso foi acordado. Foi compromisso assumido pela prefeitura”, afirmou Cosmo Mariz, secretário do SINDAS/RN. Protelando durante todo o mês um compromisso que deveria ter sido cumprido logo nas primeiras semanas de junho, a prefeitura só enviou o Projeto de Lei à Câmara para ser votado na última semana do mês, o que inviabilizaria a implantação do benefício para a folha do mês 6.

Diante da estratégia da prefeitura em ganhar mais um mês em cima da categoria, o que aconteceu na votação da Assembléia foi um sentimento de revolta e descrença na palavra empenhada da prefeitura.

A matemática é simples. A assembléia tinha cerca de 250 agentes votantes, dos quais 150 eram os agentes municipais que foram contratados pelo ITCI e que se encontram há três meses sem receber seus salários, trabalhando somente recebendo o vale-transporte. Eles foram maioria na votação pela greve.

Outro ponto que prevaleceu para que esses 150 agentes dominassem a votação foi o fato de que a prefeitura se comprometeu a pagar seus salários atrasados em 30 de junho. Depois afirmou que o pagamento sairia até o quinto dia útil de julho. E, por fim, a SEGELM, do virtual Wagner Araújo, admitiu que somente seria possível pôr esses salários em dia até o dia 15 de julho.


Na mesma Nota, a prefeitura afirmou que o auxílio alimentação será implantado para a folha de julho. Mas os agentes não vêem, na palavra do executivo, garantias do cumprimento.

”Eu entendo a revolta desses agentes. Eles são do município, têm o mesmo direito a voto em assembléia e dominaram a votação. Foram muitas as quebras de compromisso da Prefeitura com a categoria. Eles não sentem segurança na palavra e não vislumbram nenhuma garantia do cumprimento. Quem garante que, se continuarmos a trabalhar a prefeitura irá, realmente, pagar esses três meses de salários atrasados até 15 de julho? Quem garante que o auxílio será mesmo implantado na folha de julho?”, desabafou Cosmo Mariz, secretário do SINDAS/RN.

O prefeito em exercício, Paulinho Freire, em Nota, garantiu também que o ponto dos agentes faltosos será cortado. E a novela pode estar só começando.
Micarla de Sousa sai de cena e deixa mais essa herança maldita para o seu ‘vice-vítima’ desenrolar.
FONTE: JORNAL 24H

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